sábado, 2 de agosto de 2014

Descompromisso Espiritual

As pessoas nunca têm tempo para nada ... ou preferem fingir que não tem tempo. Da mesma forma que vc se mata de ralar de estudar para passar na faculdade, acho que ter a mesma iniciativa nos estudos da magia é bem válido, já que vc está cuidando do seu espirito (o que é extremamente importante ser bem cuidado ou sua vida vira um inferno), mas muitos não acham isso, em sua grande maioria, as pessoas se aproximam da espiritualidade (seja ela com embasamento na bruxaria ou não) para ganhos imediatos e materiais, coisas que o dinheiro e uma boa faculdade ou ainda, muita ralação poderiam comprar. Sinto pena dessas pessoas, elas nunca vão se sentir realmente plenas, porque nunca vão entender o que é olhar com outros olhos o brilho da lua.

sábado, 26 de julho de 2014

O Mastro de Beltane

Mastro de Beltane


O mastro de Beltane é o símbolo mais tradicional de Beltane. Ele representa a fertilidade do período correspondente, com a união da Deusa (a Terra) e do Deus (o mastro). É tradicionalmente utilizado em festivais coletivos e em áreas abertas, pois o mastro é grande, mas seu tamanho é variável. Ele é adornado com uma coroa de flores no pico e diversas fitas coloridas penduradas. Em determinado momento do ritual, cada pessoa pega uma fita e todos rodam em volta do mastro, de forma que no final da dança ele esteja todo "embrulhado". O sentido dessa prática é mentalizar nossos desejos, fazer pedidos e projetar nosso futuro, pois enquanto entrelaçamos as fitas tecemos a nossa vida. Se você celebra o ritual sozinho, é claro que você não terá condições de ter um mastro de quatro metros em seu ambiente ritual, mas você pode fazer algo parecido, proporcionalmente menor. Consiga um galho fino de uma árvore, do tamanho que achar melhor. Consiga também pequenas fitas de cetim das cores que desejar (e que representem os seus pedidos) e algumas flores para colocar na ponta.
Para um mastro tradicional de Beltane, são necessários os seguintes materiais:
- um tronco fino de árvore de dois a quatro metros de altura
- fitas de muitas cores, com mais ou menos 10 cm de largura, no número de pessoas que realizarão o ritual
- uma coroa de flores e folhas para colocar no topo do mastro
- pregos, martelo e barbante para fixar as fitas e a coroa no topo
Pregue as fitas em uma das extremidades do tronco, que deverá ser o seu topo. Depois disso, coloque a coroa de flores e folhas sobre as fitas, de modo que tampe os pregos. Para que as fitas não se enrolem até o momento do ritual, prenda-as com um elástico (que deverá ser cortado depois que o mastro já estiver de pé).
Durante a celebração do sabbat, o mastro deverá ser erguido como parte da cerimônia. Em determinado momento do ritual, as mulheres cavam um buraco no solo, onde o mastro será fixado. Enquanto isso os homens dão voltas ao redor do círculo, enquanto todos entoam alegres canções de Beltane. As mulheres colocam o mastro no buraco e cortam os elásticos. Se você estiver fazendo o ritual sozinho, você pode colocá-lo em um vaso com terra ou mesmo segurar na mão, se ele for bem pequeno. Nesse momento, cada um pega a sua fita e começa a dança em volta do mastro, enquanto a música continua. Quando o entrelaçamento chegar ao fim, todos ajudam a tirar o mastro do buraco na terra e circulam a área ritual cantando e dançando. Realizando o ritual sozinho, você pode entrelaçar as fitas da mesma maneira. O mastro deve ser levado à fogueira ritual e colocado sobre as chamas. A cerimônia deve continuar com os participantes cantando e dançando em volta da fogueira de Beltane. Se você está celebrando solitariamente, coloque o mastro dentro do caldeirão em chamas e repita o mesmo procedimento do ritual coletivo: cante, dance etc.

Handparting

O Handparting é o que chamamos de divórcio Celta, onde o amor entre o casal acabou cedendo lugar ao amor mais fraternal, aquele que dedicamos a quem temos grande apreço e amizade, o direito ao divórcio em questões legais diante à sociedade não pagã propriamente dita trata-se de um assunto novo já que foi incluído nas leis nacionais somente em 1977. No entanto, o Handparting já era feito há muito tempo.
Os Celtas prezam a liberdade em segundo plano, sendo que o primeiro é a honra aos Deuses, o amor é um sentimento muito inconstante tal como a inspiração, hoje amamos certa pessoa, no dia seguinte já não a amamos como antes, mas ainda temos certo apreço por ela.
O Rito em si é muito parecido com o Handfasting, com uma grande celebração do amor maior que nos preenche a vida, O casal se apresenta diante ao Grão-Sacerdote ou Grã-Sacerdotisa e entregam-lhe o laço que os uniu em casamento para que o nó seja desfeito e o casal torna-se ex-companheiros e seguem como grandes amigos e apoiadores um do outro e ambos recobrem sua liberdade.
Um grande banquete é compartilhado por todos os presentes e com certeza os Deuses estarão olhando por seus filhos nesta nova fase que recai sobre a tribo ou coven, e se o casal estava casado no civil também, este ritual é realizado após a separação no civil, porém isto pode variar de coven para coven.

Handsfasting


Handfasting, ou União das Mãos, é uma cerimônia oficiada por um Sacerdote Wiccanno, e nele os noivos fazem votos de fidelidade e amor um ao outro, no final suas mãos são unidas com um laço, a cerimônia pode acontecer em qualquer data, menos entre Samhain e Imbolc, cujas energias de morte e transformação não se harmonizam com os propósitos do Handfasting, há algumas tradições que afirmam que Beltane também não é um bom período para casamentos, enquanto outras afirmam ser a melhor data, isso depende muito da tradição em si. A palavra Handfasting significa “atar as mãos”, esta é uma cerimônia alegre, onde evocamos os Deuses e pedimos para que eles abençoem a união do casal com fertilidade, amor e prosperidade, neste rito casal geralmente vestem roupas brancas ou vermelhas, e na cabeça usam guirlandas de flores, e durante a cerimônia suas mãos são atadas, representando a união entre eles, e em seguida partilham o pão e bebem vinho da mesma taça. Os antigos pagãos costumavam realizar seus casamentos durante o Sabbath de Beltaine, porém como já foi dito, tem certas tradições que não acreditam que esta seja uma boa época para o Handfasting, essa união é um tipo de acordo que tem validade por um ano, podendo ser renovado se eles assim o quisessem, durante o Sabbath, os noivos pulam fogueiras de mãos dadas para garantir a fertilidade, e em algumas tradições, ao invés de fogueiras, os noivos pulam sobre uma vassoura deitada no chão, com o mesmo objetivo. Adequando-se às necessidades do mundo moderno, na Wicca os casamentos podem ser realizados em qualquer época do ano, apesar de muitos darem preferência à Maio, tradicionalmente o mês dos casamentos, apesar de não ser um elemento tradicional do paganismo antigo, muitos noivos fazem questão de
trocar alianças, o que não é nenhum problema, já que é mais um simbolismo do amor entre o casal, da mesma forma, na Wicca a duração da união fica automaticamente prolongada até que os noivos desejem se separar, pois é muito trabalhoso renovar os laços matrimoniais a cada ano. Diferente do que ocorre em muitas religiões, a Wicca aceita e realiza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, na Wicca não se nutre qualquer tipo de preconceito, pois toda forma de amor é considerada sagrada.



Ritual Handfasting


Este ritual deve ser realizado em Lua Cheia, com um altar ornado com flores. Além dos instrumentos usados normalmente, é preciso colocar sobre o altar um recipiente com óleo de unção e uma fita vermelha de seda de um metro de comprimento. Se o casal deseja trocar alianças é preciso que elas também estejam no altar. O cálice de vinho deve estar cheio.
A abertura do circulo é realizada normalmente enquanto a noiva e o noivo (ou dois noivos ou duas noivas) permanecem do lado de fora. A noiva no lado leste e o noivo no lado oeste. Depois de lançado o circulo o sacerdote ou sacerdotisa umedece os dedos no óleo de unção e vai até a noiva, desenhando uma cruz dentro de um circulo na testa dela e um pentagrama sobre o seu coração, depois a mesma maneira acontece com o noivo. Ao fazer isso o sacerdote ou sacerdotisa diz diante de cada um:
“Eu a (o) consagro em nome da Senhora e do Senhor. Fique na paz e no amor, em honra a toda a vida!”

O sacerdote (isa) volta para o altar e toca o sino três vezes. Noivos se dirigem até o altar e ficam de frente ao sacerdote (isa).

SS: “Bem vindos, duplamente bem vindos sejam vocês, que vem a este espaço sagrado para se unirem neste ritual consagrado pelo tempo. Qual o seu desejo (nome da noiva)?”

Noiva: “Que eu e (nome do noivo) nos tornemos um só aos olhos dos deuses e dos meus irmãos e irmãs da Arte.”

SS: “Qual o seu desejo (nome do noivo)?”

Noivo: “Que eu e (nome da noiva) nos tornemos um só aos olhos dos deuses e dos meus irmãos e irmãs da Arte.”

SS: “Ambos desejam o mesmo em nome da Senhora e do Senhor, da Deusa e do Deus da Arte?”

Noivos: “Sim!”

SS: “O que você traz consigo para este casamento (nome da noiva)?”

Noiva: “Eu trago amor e respeito. Eu amo (nome do noivo) como amo a mim mesma, honrando-o e respeitando-o acima de todas as coisas. Eu o apoiarei em tudo o que ele fizer e me unirei a ele, em amor e louvor, aos deuses em que acreditamos. Eu defenderei a vida de (nome do noivo)com a minha própria vida e que os deuses me deem forças para cumprir este juramento.”

SS: “O que você traz consigo para este casamento (nome do noivo)?”

Noivo: “Eu trago amor e respeito. Eu amo (nome da noiva) como amo a mim mesmo, honrando-a e respeitando-a acima de todas as coisas. Eu a apoiarei em tudo o que ela fizer e me unirei a ela, em amor e louvor, aos deuses em que acreditamos. Eu defenderei a vida de (nome da noiva)com a minha própria vida e que os deuses me deem forças para cumprir este juramento.”

SS: “Senhor e Senhora, eis aqui dois dos seus filhos. (nome da noiva) e (nome do noivo) unidos em pleno amor e em perfeita confiança. Testemunhem agora o que eles têm a declarar!”

O sacerdote (isa) toca o sino sete vezes. De frente um para o outro, o noivo e a noiva se olham e entrelaçam as mãos. O sacerdote (isa) amarra as mãos do casal com a fita vermelha e segura o incenso aceso sob suas mãos, incensando-as. Depois ele (a) agita a varinha acima de e abaixo das mãos amarradas dos noivos.

Noivos: “Viemos a este circulo sagrado por livre e espontânea vontade, para nos tornarmos um só aos olhos dos antigos. Não somos mais dois indivíduos separados, mas duas metades do mesmo todo. Cada um de nós é incompleto sem o outro. Fiquem conosco em todas as ocasiões, Senhor e Senhora e ajudem-nos a sermos fiéis ao longo da vida e além. Tudo isso pedimos em seu nome. Que assim seja e que assim se faça!”

Todos os convidados: “Que assim seja e que assim se faça!”

O sacerdote (isa) desamarra as mãos dos noivos, dá a noiva a aliança do noivo e ao noivo a aliança da noiva. Os noivos trocam alianças e ficam de mãos dadas.

SS: “Assim como a relva dos campos e os arbustos dos boques se curvam sob as tempestades que vocês também possam se curvar quando o vento soprar mais forte. Mas saibam que as tempestades acabam tão rápido quanto começam. Vocês, no entanto, continuarão firmes se tiverem o apoio um do outro. Quem dá amor também recebe amor. Quem dá apoio também recebe apoio. Juntos vocês são um só, separados não são coisa alguma. Saibam que duas pessoas não podem ser exatamente iguais. Assim como não podem sempre concordar nem serem perfeitas em tudo, por mais que tentem. Haverá momentos em que será muito difícil amar e perdoar. Mas vejam, então, o seu próprio reflexo como na superfície de um lago. Quando a imagem que contemplarem parecer triste e zangada, então será hora de sorrir e ama, pois o fogo não apaga o fogo. Por sua vez, a imagem refletida no lago sorrirá e amará também. Transforme, portanto, a raiva em amor e as lágrimas em alegria. Admitir os próprios erros não é nenhuma fraqueza e sim, um ponto forte e um sinal de que se aprendeu com o erro. Amem-se, ajudem-se e respeitem-se um ao outro sempre e só assim serão realmente um só aos olhos dos deuses. Que assim seja e que assim se faça!”

Todos os convidados: “Que assim seja e que assim se faça!”

Os noivos se beijam. Em seguida é realizada a cerimônia dos bolos e do vinho e o fechamento do circulo.

Cerimônia dos Bolos e Vinho

Essa é a parte do ritual na qual são feitos os agradecimentos. Certifique-se de que o cálice está cheio. No altar deve haver um prato com bolos (podem ser biscoitos também). Muitos bruxos assam, eles mesmos, os bolos e biscoitos, muitas vezes em formato de lua, estrelas, gatos e outros símbolos.

Levantem a varinha numa saudação e diga:
“Que nós sempre tenhamos consciência de tudo o que devemos aos deuses. Agora é hora de agradecermos por tudo o que eles nos proporcionam e nos sustentam!”

Peguem o prato de bolos e coloque no centro do altar ao lado do cálice. Mergulhem devagar a ponta a varinha no cálice, tocando a superfície do vinho. Enquanto fazem isso digam:
“Assim como a varinha toca esse vinho, (nome da noiva) e (nome do noivo) se unem pela felicidade ambos. Que os frutos dessa união promovam a vida. Que todos sejam prósperos e que a riqueza se distribua entre todos, sendo varinha e cálice símbolos da felicidade!”

Toquem os bolos com a ponta da varinha umedecida no vinho e digam:
“Eis o alimento dos deuses, que sustenta toda a vida. Que ele possa ser abençoado. Que todas as pessoas possam partilhar dele livremente. Que esse alimento seja suficiente para todos, e que os que têm muito partilhem com os que têm pouco. Que assim seja e que assim se faça!”

Ponham a varinha de lado. Peguem o cálice e derramem um pouco de vinho no chão dizendo:
“Para os deuses com amor”

Bebam o que restar e recoloquem no altar. Peguem um pedaço do bolo com a mão e coloquem-no no chão, no mesmo lugar onde derramaram o vinho e digam:
“Para os deuses com amor”

Comam um pedaço de bolo e digam:
“Que tenhamos sempre os deuses em nossas mentes e que possamos ver os seus atos em todas as coisas. Que possamos sempre compartilhar e demonstrar gratidão. Que nunca esqueçamos de que, sem os deuses, nada podemos, nada somos. Que assim seja e que assim se faça!”

Agora podem relaxar e celebrar o Handfasting do modo que desejarem, com muita musica e com muita alegria.

O ritual de Handfasting possui muitas variações. Se for realizado ao ar livre pode-se acender uma pequena fogueira no lado sul do circulo para que o casal possa saltar por cima dela a certa altura da cerimônia. Esse é um antigo costume para atrair a fertilidade do casal. Em vez da fogueira o casal pode saltar por cima da vassoura com o mesmo propósito.

Rituais de Transição

Croning

Nas culturas ancestrais as mulheres mais velhas eram respeitadas por seu conhecimento e sabedoria, elas eram reverenciadas como a memória viva do mundo e eram as Guardiãs da sabedoria ancestral de sua cultura, o Croning marca a entrada da mulher na menopausa e no caminho da Deusa Anciã, para se tornar uma Sábia. Por isso esse rito é importante, é o momento que a mulher deixa de ser “mãe” para ser “anciã”, o momento também que ela agora tem netos, ou seja, o momento em que ela acaba de educar seus filhos e filhas para poder se tornarem pais e mães também dando continuidade a sua herança, é o momento de introspecção e de pesar tudo o que foi feito ao longo de tantos anos.
Croning também marca a época em que a mulher para de menstruar, a partir deste momento seu ventre não gerará mais vida, pois é o momento de descanso e de relaxamento. Muitas tribos antigamente tiravam as anciãs das tribos para deixá-las descansar em paz, longe de tudo que antes a preocupavam no cotidiano, outras tribos tinham locais próprios para as anciãs, onde elas viviam como videntes, curandeiras e parteiras.

Saging

Na Wicca o ritual que honra a sabedoria de um homem adquirida através da idade se chama Saging e ocorre tradicionalmente por volta dos 65 anos de idade, como qualquer parte da vida de uma pessoa, a terceira idade deve ser respeitada e observada, uma vez que nossos anciões têm muita sabedoria e experiência para compartilhar conosco se permitirmos.
Esta é a época em que o homem deixa de fazer suas atividades cotidianas dentro de sua tribo, como pescar, caçar, preparar armas, e passa a se dedicar ao treinamento dos mais jovens, ele passa a auxiliar em decisões na tribo, traz muitos conhecimentos consigo que será passado a gerações, é o momento em que ele está apto a ser um “professor” da tribo, já que os adultos estarão ocupados caçando, pescando e plantando, ele passará agora a ensinar a confecção de armas, a caça, a pesca entre outras coisas aos mais jovens, para quando eles chegarem ao ritual de transição já estarem prontos para agir como adultos. Algumas tribos fazem desafios para os anciões para definir quem será o novo lider da tribo (Pajé, Cacique, grandes Xamãs, etc.), estes desafios vão desde raciocínio até lutas. Alguns tornam-se a comunicação entre espíritos e o nosso mundo, outros preferem delegar sua tribo com mais “militaridade”, mas sempre serão bons anciões, sábios, com muita cultura e muitas lembranças.

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Simbologia Corporal



De joelhos
. resignação, aceitação de responsabilidades, assumir erros.

Sentado
. relaxamento, meditação, reflexão, aterramento, projeção.

De pé
. invocações, contemplações.

Deitado
. conexão com a Mãe Terra, meditação, projeção astral.

Mãos abertas
. puxar energia (esquerda), emitir energia (direita).

Mãos fechadas
. prender energia, conexão com o elemento fogo.

Braços cruzados
. proteção, agradecimento (inclinando a cabeça para baixo)

Triangulo com as mãos
. potencializar feitiços, quebrar barreiras místicas.

Abraxas



A palavra Abrasax (grego ΑΒΡΑΣΑΞ, que é muito mais comum nas fontes que a forma variante Abraxas, ΑΒΡΑΞΑΣ) era uma palavra de significado místico no sistema gnóstico de Basilides, aplicada nele ao "Grande Arconte" (grego: megas archōn), o príncipe das 365 esferas (grego: ouranoi). Na cosmologia gnóstica, as sete letras que compõem o nome representam cada um dos sete "planetas" clássicos (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno).
A palavra é encontrada em textos gnósticos, como o Evangelho Copta dos Egípcios e nos Papiros Mágicos Gregos. Ela também era gravada em algumas gemas por isso chamadas de Pedras de Abraxas, que eram usadas como amuletos. Como se soletrava inicialmente 'Abrasax' (Αβρασαξ), a forma 'Abraxas' encontrada atualmente provavelmente se originou em alguma confusão entre as letras gregas Sigma e Xi na transliteração para o latim. Abrasax pode também estar relacionada a Abracadabra, embora outras explicações existam.
Há diversas similaridades e diferenças entre estas gravuras em reportes sobre os ensinamentos de Basilides, antigos textos gnósticos, as grandes tradições mágicas greco-romanas e os modernos escritos mágicos e esotéricos. Opiniões não faltam sobre Abraxas, que em séculos recentes foi entendido como um deus egípcio e um demônio. O psicólogo suíço Jung escreveu um breve tratado gnóstico em 1916 chamado os Sete Sermões aos Mortos, que tinha Abraxas como um deus acima do Deus Cristão e o Diabo, que combinaria todos os opostos num único Ser.
Como um Arconte: No sistema descrito por Ireneu, o "Pai não-nascido" é o progenitor do Nous, e dele Nous Logos, de Logos Phronesis, de Pronesis
Sophia e Dynamis. Destes, principados, poderes e anjos, o último dos quais criam o "primeiro céu".
Estes, por sua vez, originam uma segunda série, criando um segundo céu. O processo continua de maneira similar até que 365 céus existam, sendo os anjos deste último (o céu visível) os criadores do nosso mundo. o "governante" [principem, ou ton archonta] dos 365 céus "é Abraxas e, por isso, ele contém em si mesmo 365 números"
Hipólito fala sobre Abraxas na Refutação de todas as heresias, que parece ter seguido a Exegetica de Basilides. Após descrever a manifestação do Evangelho na Ogdóade e na Septóade, ele acrescenta que os Basilidianos têm um longo relato sobre as inúmeras criações e poderes nos diversos 'estágios' do mundo superior (diastemata), no qual relatam sobre os 365 céus e argumentam que "seu grande arconte" é Abrasax, pois seu nome contém o número 365, o número de dias do ano. Ou seja, a soma dos números representados pelas letras gregas em ΑΒΡΑΣΑΞ é 365:

Α = 1, Β = 2, Ρ = 100, Α = 1, Σ = 200, Α = 1, Ξ = 60

Como um deus: Epifânio de Salamis parece seguir parcialmente Ireneu e parcialmente o "Compêndio de Hipólito", agora perdido. Ele conceitua Abrasax distintamente como o "poder acima de tudo e o primeiro princípio", "a causa e o primeiro arquétipo" de todas as coisas e menciona que os seguidores de Basilides se referiram ao número 365 como sendo o número de partes no corpo humano além do número de dias no ano.
O autor do apêndice do livro Prescrição contra heréticos, de Tertuliano, que também devem ter seguido o Compêndio de Hipólito acrescentam algumas particularidades: que 'Abraxas' deu à luz Mente (Nous), o primeiro numa série de poderes enumerados por Ireneu e Epifânio; que o mundo, assim como os 365 céus, foi criado em homenagem a 'Abraxas'; e que Cristo foi enviado não pelo Criador do mundo, mas por 'Abraxas'.
Nada pode ser inferido das vagas alusões de Jerônimo, que afirmava que 'Abraxas' significava "O Deus maior" para Basilides, "Deus Todo-Poderoso" e "O Senhor Criador" (Comentários sobre Amós, cap. III.9, e sobre Naum, I.11, respectivamente). As aparições em Teodoreto ("Haereticarum fabularum compendium", I.4) e Agostinho de Hipona (Haer IV e Praedestinatus I.3) não tem valor como fontes independentes.
Como um Aeon: Mesmo com a disponibilidade de fontes primárias, como as da Biblioteca de Nag Hammadi, a identidade de Abrasax ainda permanece obscura. O Livro Sagrado do Grande Espírito Invisível, por exemplo, se refere a Abrasax como o Aeon vivendo com Sophia e os demais Aeons do Pleroma na luz do luminar Eleleth. Em diversos textos, Eleleth é o último dos luminares (Luzes espirituais) de destaque e é o Aeon
Sophia, associado a ele, que encontra a escuridão e acaba envolvida na cadeia de eventos que levam ao reinado do Demiurgo neste mundo e à tentativa de salvação que se segue.
Assim, o papel de Aeon de Eleleth, e também de Abrasax, Sophia e outros, é característico da camada exterior do Pleroma, a que toca a ignorância do mundo da Vontade, e que reage para corrigir o erro da ignorância no mundo das coisas materiais.

As Pedras de Abraxas

Um grande número de pedras gravadas existem, há muito chamadas de "Pedras de Abrasax". Um exemplo particularmente bom foi encontrado dentre os artefatos do Tesouro de Thetford, do século IV dC, encontrado em Norfolk, UK. Os personagens são mitológicos, majoritariamente grotescos, com várias inscrições, dentre as quais ΑΒΡΑΣΑΞ frequentemente é encontrada, sozinha ou acompanhada de outras palavras. Algumas vezes, todo o espaço é tomado com a inscrição. Em certos textos mágicos obscuros de origem egípcia, ἀβραξάς ou ἀβρασάξ é encontrado associado com outros nomes frequentemente dados à gemas; e é também encontrado no metal grego tesseræ entre outras palavras místicas. O significado destas lendas raramente pode ser compreendido, apesar das