sábado, 26 de julho de 2014

Handsfasting


Handfasting, ou União das Mãos, é uma cerimônia oficiada por um Sacerdote Wiccanno, e nele os noivos fazem votos de fidelidade e amor um ao outro, no final suas mãos são unidas com um laço, a cerimônia pode acontecer em qualquer data, menos entre Samhain e Imbolc, cujas energias de morte e transformação não se harmonizam com os propósitos do Handfasting, há algumas tradições que afirmam que Beltane também não é um bom período para casamentos, enquanto outras afirmam ser a melhor data, isso depende muito da tradição em si. A palavra Handfasting significa “atar as mãos”, esta é uma cerimônia alegre, onde evocamos os Deuses e pedimos para que eles abençoem a união do casal com fertilidade, amor e prosperidade, neste rito casal geralmente vestem roupas brancas ou vermelhas, e na cabeça usam guirlandas de flores, e durante a cerimônia suas mãos são atadas, representando a união entre eles, e em seguida partilham o pão e bebem vinho da mesma taça. Os antigos pagãos costumavam realizar seus casamentos durante o Sabbath de Beltaine, porém como já foi dito, tem certas tradições que não acreditam que esta seja uma boa época para o Handfasting, essa união é um tipo de acordo que tem validade por um ano, podendo ser renovado se eles assim o quisessem, durante o Sabbath, os noivos pulam fogueiras de mãos dadas para garantir a fertilidade, e em algumas tradições, ao invés de fogueiras, os noivos pulam sobre uma vassoura deitada no chão, com o mesmo objetivo. Adequando-se às necessidades do mundo moderno, na Wicca os casamentos podem ser realizados em qualquer época do ano, apesar de muitos darem preferência à Maio, tradicionalmente o mês dos casamentos, apesar de não ser um elemento tradicional do paganismo antigo, muitos noivos fazem questão de
trocar alianças, o que não é nenhum problema, já que é mais um simbolismo do amor entre o casal, da mesma forma, na Wicca a duração da união fica automaticamente prolongada até que os noivos desejem se separar, pois é muito trabalhoso renovar os laços matrimoniais a cada ano. Diferente do que ocorre em muitas religiões, a Wicca aceita e realiza o casamento entre pessoas do mesmo sexo, na Wicca não se nutre qualquer tipo de preconceito, pois toda forma de amor é considerada sagrada.



Ritual Handfasting


Este ritual deve ser realizado em Lua Cheia, com um altar ornado com flores. Além dos instrumentos usados normalmente, é preciso colocar sobre o altar um recipiente com óleo de unção e uma fita vermelha de seda de um metro de comprimento. Se o casal deseja trocar alianças é preciso que elas também estejam no altar. O cálice de vinho deve estar cheio.
A abertura do circulo é realizada normalmente enquanto a noiva e o noivo (ou dois noivos ou duas noivas) permanecem do lado de fora. A noiva no lado leste e o noivo no lado oeste. Depois de lançado o circulo o sacerdote ou sacerdotisa umedece os dedos no óleo de unção e vai até a noiva, desenhando uma cruz dentro de um circulo na testa dela e um pentagrama sobre o seu coração, depois a mesma maneira acontece com o noivo. Ao fazer isso o sacerdote ou sacerdotisa diz diante de cada um:
“Eu a (o) consagro em nome da Senhora e do Senhor. Fique na paz e no amor, em honra a toda a vida!”

O sacerdote (isa) volta para o altar e toca o sino três vezes. Noivos se dirigem até o altar e ficam de frente ao sacerdote (isa).

SS: “Bem vindos, duplamente bem vindos sejam vocês, que vem a este espaço sagrado para se unirem neste ritual consagrado pelo tempo. Qual o seu desejo (nome da noiva)?”

Noiva: “Que eu e (nome do noivo) nos tornemos um só aos olhos dos deuses e dos meus irmãos e irmãs da Arte.”

SS: “Qual o seu desejo (nome do noivo)?”

Noivo: “Que eu e (nome da noiva) nos tornemos um só aos olhos dos deuses e dos meus irmãos e irmãs da Arte.”

SS: “Ambos desejam o mesmo em nome da Senhora e do Senhor, da Deusa e do Deus da Arte?”

Noivos: “Sim!”

SS: “O que você traz consigo para este casamento (nome da noiva)?”

Noiva: “Eu trago amor e respeito. Eu amo (nome do noivo) como amo a mim mesma, honrando-o e respeitando-o acima de todas as coisas. Eu o apoiarei em tudo o que ele fizer e me unirei a ele, em amor e louvor, aos deuses em que acreditamos. Eu defenderei a vida de (nome do noivo)com a minha própria vida e que os deuses me deem forças para cumprir este juramento.”

SS: “O que você traz consigo para este casamento (nome do noivo)?”

Noivo: “Eu trago amor e respeito. Eu amo (nome da noiva) como amo a mim mesmo, honrando-a e respeitando-a acima de todas as coisas. Eu a apoiarei em tudo o que ela fizer e me unirei a ela, em amor e louvor, aos deuses em que acreditamos. Eu defenderei a vida de (nome da noiva)com a minha própria vida e que os deuses me deem forças para cumprir este juramento.”

SS: “Senhor e Senhora, eis aqui dois dos seus filhos. (nome da noiva) e (nome do noivo) unidos em pleno amor e em perfeita confiança. Testemunhem agora o que eles têm a declarar!”

O sacerdote (isa) toca o sino sete vezes. De frente um para o outro, o noivo e a noiva se olham e entrelaçam as mãos. O sacerdote (isa) amarra as mãos do casal com a fita vermelha e segura o incenso aceso sob suas mãos, incensando-as. Depois ele (a) agita a varinha acima de e abaixo das mãos amarradas dos noivos.

Noivos: “Viemos a este circulo sagrado por livre e espontânea vontade, para nos tornarmos um só aos olhos dos antigos. Não somos mais dois indivíduos separados, mas duas metades do mesmo todo. Cada um de nós é incompleto sem o outro. Fiquem conosco em todas as ocasiões, Senhor e Senhora e ajudem-nos a sermos fiéis ao longo da vida e além. Tudo isso pedimos em seu nome. Que assim seja e que assim se faça!”

Todos os convidados: “Que assim seja e que assim se faça!”

O sacerdote (isa) desamarra as mãos dos noivos, dá a noiva a aliança do noivo e ao noivo a aliança da noiva. Os noivos trocam alianças e ficam de mãos dadas.

SS: “Assim como a relva dos campos e os arbustos dos boques se curvam sob as tempestades que vocês também possam se curvar quando o vento soprar mais forte. Mas saibam que as tempestades acabam tão rápido quanto começam. Vocês, no entanto, continuarão firmes se tiverem o apoio um do outro. Quem dá amor também recebe amor. Quem dá apoio também recebe apoio. Juntos vocês são um só, separados não são coisa alguma. Saibam que duas pessoas não podem ser exatamente iguais. Assim como não podem sempre concordar nem serem perfeitas em tudo, por mais que tentem. Haverá momentos em que será muito difícil amar e perdoar. Mas vejam, então, o seu próprio reflexo como na superfície de um lago. Quando a imagem que contemplarem parecer triste e zangada, então será hora de sorrir e ama, pois o fogo não apaga o fogo. Por sua vez, a imagem refletida no lago sorrirá e amará também. Transforme, portanto, a raiva em amor e as lágrimas em alegria. Admitir os próprios erros não é nenhuma fraqueza e sim, um ponto forte e um sinal de que se aprendeu com o erro. Amem-se, ajudem-se e respeitem-se um ao outro sempre e só assim serão realmente um só aos olhos dos deuses. Que assim seja e que assim se faça!”

Todos os convidados: “Que assim seja e que assim se faça!”

Os noivos se beijam. Em seguida é realizada a cerimônia dos bolos e do vinho e o fechamento do circulo.

Cerimônia dos Bolos e Vinho

Essa é a parte do ritual na qual são feitos os agradecimentos. Certifique-se de que o cálice está cheio. No altar deve haver um prato com bolos (podem ser biscoitos também). Muitos bruxos assam, eles mesmos, os bolos e biscoitos, muitas vezes em formato de lua, estrelas, gatos e outros símbolos.

Levantem a varinha numa saudação e diga:
“Que nós sempre tenhamos consciência de tudo o que devemos aos deuses. Agora é hora de agradecermos por tudo o que eles nos proporcionam e nos sustentam!”

Peguem o prato de bolos e coloque no centro do altar ao lado do cálice. Mergulhem devagar a ponta a varinha no cálice, tocando a superfície do vinho. Enquanto fazem isso digam:
“Assim como a varinha toca esse vinho, (nome da noiva) e (nome do noivo) se unem pela felicidade ambos. Que os frutos dessa união promovam a vida. Que todos sejam prósperos e que a riqueza se distribua entre todos, sendo varinha e cálice símbolos da felicidade!”

Toquem os bolos com a ponta da varinha umedecida no vinho e digam:
“Eis o alimento dos deuses, que sustenta toda a vida. Que ele possa ser abençoado. Que todas as pessoas possam partilhar dele livremente. Que esse alimento seja suficiente para todos, e que os que têm muito partilhem com os que têm pouco. Que assim seja e que assim se faça!”

Ponham a varinha de lado. Peguem o cálice e derramem um pouco de vinho no chão dizendo:
“Para os deuses com amor”

Bebam o que restar e recoloquem no altar. Peguem um pedaço do bolo com a mão e coloquem-no no chão, no mesmo lugar onde derramaram o vinho e digam:
“Para os deuses com amor”

Comam um pedaço de bolo e digam:
“Que tenhamos sempre os deuses em nossas mentes e que possamos ver os seus atos em todas as coisas. Que possamos sempre compartilhar e demonstrar gratidão. Que nunca esqueçamos de que, sem os deuses, nada podemos, nada somos. Que assim seja e que assim se faça!”

Agora podem relaxar e celebrar o Handfasting do modo que desejarem, com muita musica e com muita alegria.

O ritual de Handfasting possui muitas variações. Se for realizado ao ar livre pode-se acender uma pequena fogueira no lado sul do circulo para que o casal possa saltar por cima dela a certa altura da cerimônia. Esse é um antigo costume para atrair a fertilidade do casal. Em vez da fogueira o casal pode saltar por cima da vassoura com o mesmo propósito.

Nenhum comentário: